Hoje festeja-se a Aparição da Nossa Senhora aos Pastorinhos.

Durante as últimas semanas vi e ouvi histórias sobre Fátima, milagres, peregrinos, doenças, fé, problemas e soluções para os males das pessoas e do Mundo...

Hoje, os olhos e coração de Portugal, dos Portugueses, dos católicos, de pessoas de todas ou nenhuma fé, do Mundo inteiro, estão postos em Fátima.

Eu sou daquelas pessoas que não gosta de ver e muito menos postar coisas sobre religião, política ou futebol. Porque cada um tem a sua, cada um merece respeito pelas suas escolhas, e cada um deve respeitar o outro pelas suas escolhas também. 

E se muito raramente o faço, sem dúvida que mais será por causa do SCP ou SLB ou por politiquices que me tiram do sério, mas sobre religião quase que era capaz de jurar que "nunca" o fiz. E só porque não me lembro mesmo de o ter feito, mas não quero mentir. 

Eu sou católica, cada vez menos praticante (pode ser que me torne mais se a Igreja evoluir qualquer coisita, tenho esperança que sim, tenho fé no Papa Francisco, apesar de saber que ele também não pode fazer tudo sozinho), vou a missa, adoro ir a Fátima (é sem dúvida um local de paz e tranquilidade), andei num colégio de freiras (inclusive durante muitos anos da minha vida queria ser uma), tenho presente na pessoa que sou muitas das coisas que ser cristão é (amar o próximo, ajudá-lo, respeitá-lo,...) e até já fui visitar o Vaticano. 

Mas hoje só partilho este post porque senti que o deveria fazer. E porquê!? Porque sou mãe, porque já rezei a Nossa Senhora pelo meu filho, estava ele no meu ventre na eminencia de ter que sair a qualquer momento e na esperança que saísse bem e vivo. Depois quando ficou internado com 1 mês e meio de vida, rezei para que não fosse nada de grave e continuei a pedir-Lhe que não chegassem maus resultados, e que se um dia chegassem que me desse forças e fé. 

Sim, eu sou daquelas pessoas que reza quando se vê aflita, que muitas vezes se esquece destas coisas da fé e crença quando tudo está "bem"... Confesso. E dou graças mesmo assim, por nunca ter precisado de perceber se a minha fé seria ou não suficiente.

Mas, a minha ligação à Nossa Senhora já vem de longe, quando há 33 anos atrás, feitos daqui a um mês, a minha Mãe me colocou nas mãos Dela, na eminência de eu nunca ver a luz do dia, e de partir para junto Dela no dia em que fosse retirada do corpo da minha mãe, sem que esta mesma me pudesse ver, tocar, sentir... 

E eu acredito, que a prece da minha Mãe à Nossa Senhora de Fátima foi ouvida... Senão, eu não estaria aqui neste momento para Lhe agradecer. Acabei por ser baptizada uns meses depois, no dia da Nossa Senhora da Conceição, mas na Igreja de Nossa Senhora de Fátima.
Uma Fé na Nossa Senhora de Fátima que senti ao ver a minha Madrinha, durante muito tempo de joelhos a pagar promessas pela saúde da minha prima, e ainda numa idade em que não percebia bem o porquê daquele sofrimento, daquela violência física para se "pagar uma promessa"... Não entendia, não percebia, não conseguia compreender, simplesmente não me fazia sentido algum... Mas compreendo agora, percebo, e talvez fizesse o mesmo pelo meu V.

Também acredito, que há uns anos atrás, aquando num acidente de viação onde ia eu, o meu pai e dois dos meus irmãos, Ela estava presente. Eu senti. Eu senti umas mãos gigantes a pegarem-nos e no momento em que abri os olhos a primeira coisa que vi foi a sua imagem a minha frente. O que senti não foi "real", palpável, mas senti-o. A imagem era real, era uma estátua que andava sempre no carro connosco e que foi parar exactamente a minha frente no meio daquelas voltas e reviravoltas. E se as pessoas dos carros alheios quando nos viram puseram as mãos à cabeça e disseram: "pensei que estavam todos mortos!", eu senti uma calma estranha de que estava tudo bem. E estava. O carro foi-se, mas nós estávamos todos bem. 

Todos nós, muito provavelmente, temos uma ou outra situação, nas nossas vidas ou dos nossos, em que pedimos ajuda a algo ou alguém,  em que sentimos a presença de algo superior a nós, algo que não tem explicação... Em que repensamos a nossa fé... Em que nos agarramos com todas as forças às nossas crença e temos fé que tudo corra bem...

Ou não...

O importante hoje é que eu só espero que todos os peregrinos cheguem bem ao seu destino, que as preces de todos sejam ouvidas, que as pessoas usem a sua fé pelo seu bem e o dos outros, que essa fé lhes encha o coração e a alma.

E que o maior desejo seria que um dia toda e qualquer pessoa pudesse ter fé, pudesse viver com as suas crenças, sem que houvesse qualquer tipo de consequência negativa por isso. Que guerras e mortes por questões religiosas fossem algo de muito longínquo que os nossos filhos e netos aprendessem nas aulas de história só para saberem o privilégio que tinham de viver num mundo de respeito pela fé e crença de cada um... Era tão bom... Esta é a minha crença, e é nisto que mantenho toda a minha fé. Fé na Humanidade. Fé nas pessoas. Fé num futuro melhor para todos. 

Bisous, B. a Mulher Mãe, Mãe Mulher.