Nova esperança para quem sofre de enxaqueca. 🎉 Olha que notícia boa!

21:31

A enxaqueca é uma doença sem cura e pode ser muito incapacitante. 
Eu já sofro e lido com ela há mais de 10 anos. 
No meu caso deveu-se a um acidente de viação que tive, onde o choque foi tão grande que o movimento que fiz com o pescoço e cabeça "me abanou os parafusos todos dentro da cabeça e ficou tudo fora do sítio". Mas não foi nem é caso para risota. Costumo até dizer que preferia ter partido um braço ou uma perna no acidente, ao menos assim já estava sarado. 
Dois dias depois do acidente, fui parar ao hospital com vómitos e uma dor de cabeça estrondosa. Andei de médico em médico nas urgências, fiquei horas a soro por causa dos vómitos, fiz exames e mais exames, até que um médico espanhol fantástico, na 4ª mudança de turno que apanhei depois de uma noite e dia inteiros a ser vista e revista, se lembrou que podia ser enxaqueca. 
A partir daí foram TAC's e exames coloridos, consulta no neurologista e acabei por ser seguida pelo neurologista da minha Mãe.
Depois disso, tinha crises em momentos de mais stress, épocas de exames na faculdade e afins. Comecei a tomar medicação para as dores, para os vómitos e calmantes naturais aquando de alturas em que sabia de stress para prevenir as crises. Quando eram crises eu ficava sensível à luz e ao barulho, tinha que ficar no escuro e silêncio (os meus irmãos tinham um cuidado fantástico nessas alturas para não fazerem barulho e não me incomodarem 💙), em algumas das crises tinha vómitos também, e praticamente sempre ficava com a visão desfocada. 
Um ano depois começou a enxaqueca associada à menstruação. Como se já não bastassem as dores horríveis de barriga e rins, a dor de cabeça veio juntar-se à festa. A enxaqueca começou a ser o "alerta" para o dito cujo. Dois dias antes do período aparecer, aparecia a enxaqueca a alertar a bom som! 
Entretanto a medicação aliviava tão pouco os sintomas e a dor, que preferia na maioria das vezes lidar com a dor do que tomá-la. Eu que sempre odiei tomar comprimidos e por no corpo porcarias. 
Experimentei todas as mezinhas que encontrava pela internet. Usava batatas na cabeça, comprei todo o tipo de mascaras de gel frio, experimentei posições de yoga, chás, deixei de lado determinados alimentos, eu sei lá quantas mesinhas, só não experimentei acupunctura por causa da minha fobia a agulhas!
Acabei por aceitar tomar a pílula para ver se ajudava, no início até aliviou e apesar da dor de cabeça todas as alturas chatas do mês, deixei de ter crises grandes. Mas passados os primeiros 5ou6meses as dores voltaram. 
Entretanto há 3 anos atrás, dois anos depois de ter começado a tomar a pílula deixei-a para treinarmos a vinda do PetitV., aquando dos treinos, durante o coito comecei a ter dores de cabeça tão grandes que ficava sem ver. Além de perder a visão por minutos, vinha o vómito associado e uma dor tão grande que parecia que a minha cabeça ia explodir. 
A minha avó paterna morreu com um aneurisma que rebentou na cabeça de repente, tinha eu 3anos. 
Depois disto acontecer algumas vezes, entre Novembro e Dezembro, o P. ficou alertado, mas como eu tinha uma consulta de rotina com o neurologista no inicio de Janeiro, lá o convenci a aguardar até lá. 
Fomos os dois à consulta e quando expliquei a situação, o neurologista disse-me que agora também tinha a enxaqueca associada ao coito. 
Quoi!? Mas isso existe!? WTF!? (foi o meu pensamento ao ouvi-lo tão tranquilamente a dizer-me aquilo)
"E o que podemos fazer acerca disso?" Perguntei eu esperançosa. "Nada. Pode tomar comprimidos para o enjoo 30m antes de ter relações sexuais, por causa dos vómitos." Pois... (isto fica para outra conversa...)
Entretanto durante a gravidez disseram-me que tanto havia a possibilidade de ter crises grandes como a de não ter enxaqueca. E tive sorte porque não tive dor de cabeça nem uma única vez. 😊
Depois fiquei alarmada porque li algures que os bebés de mães com enxaqueca têm mais cólicas e são mais irrequietos. Também tive sorte, o V. teve cólicas uma semana, nem tanto. E era um bebé muito tranquilo.
Também fiquei com receito de ter crises nos primeiros meses pós-parto, devido à privação do sono. Mas também tive a sorte de não ter acontecido. 
Mas após alguns meses do período voltar, também voltaram as dores. Ainda a semana passada tive dores de cabeça horríveis, mas agora sou mãe, e as dores ficam para segundo plano. Não posso ficar deitada no escuro o dia todo, é impossível estar em silêncio absoluto. Dei comigo a deixar o V. a brincar com o ipad na sua cadeirinha enquanto, literalmente, batia com a cabeça na mesa! bahhh
Valeu-me a medicação para aliviar as dores e conseguir adormecer. 
Por isso, quando hoje à hora de almoço, enquanto estava em vídeo-conferência com a minha mãe, madrinha, prima e marido, elas me disseram para pôr na Rtp1, porque estavam a falar de uma inovação para quem sofre de enxaqueca, fiquei super curiosa sobre o que seria. 
O V. estava a dormir a sesta, e só agora consegui vir ver de que se tratava. Está a partir de hoje disponível nas farmácias um dispositivo portátil e não invasivo que transmite estímulos eléctricos ao cérebro que inibem a dor.
A primeira coisa quando o vi foi, fantástico, ainda por cima parece um objecto de um filme qualquer de ficção cientifica, lol. Mas desde que funcione, não importa se parece que vou para uma convenção do StarWars. 
Tem que ser usado uma vez por dia pelo menos, durante 20m. Também não há problema, se isso significa adeus dores, mal-estar, crises, vómitos e tudo mais... 
Mas 300€ pelo aparelho é que já vai ser mais complicado. Existem mais de 1milhão de pessoas em Portugal a sofrer de enxaqueca, e acredito que para a maioria delas, a sofrer bem mais do que eu, não vai ser um investimento fácil. 
Eu cá, por enquanto não me parece que o vá fazer. Mas se começarem a voltar as crises graves, é um investimento que vou ter em consideração, sem dúvida.

Bisous, B. a Mulher Mãe, Mãe Mulher.

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2 comentários

  1. Olá, esperimentaste mudar de dieta? a minha avó sofreu durante muitos anos de enxaquecas tão fortes como as tuas e tentou muitos medicamentos que não resultavam. Até encontrar um médico que lhe sugeriu mudar a dieta. Eliminou completamente os quejos, chocolate, alcool, enchidos, caldos knor (e em geral tudo que contem glutamado) e não sei o que mais e deixou de ter enxaquecas fortes... segundo ela mudou-lhe a vida. Fica a sugestão :)

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    1. Olá.
      Obrigada pela sugestão.
      De facto logo na primeira consulta de neurologia alertaram-me para os alimentos a evitar. E isso não me afectou muito porque eu não bebo café nem álcool, não gosto muito de queijo, por isso é raro comer, caldos knor também é muito raro usar.
      O mais difícil foi o chocolate, eu comia muito, principalmente naquelas alturas chatas do mês, mas depois de alguns meses com a enxaqueca associada à menstruação, a redução do chocolate foi tal que hoje em dia já como muito pouco, mas é a única coisa que não evito.

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